sexta-feira, 28 de novembro de 2008

PAGAR CARO A INEXPERIÊNCIA

Braga 2-3 Wolfsburgo
Lição para o Sp. Braga, na 3ª jornada da fase de grupos da Taça UEFA. A equipa portuguesa tudo fez por vencer o Wolfsburgo, talvez até demais para a sua própria experiência nestas andanças, e acabou por pagar um preço elevado para ambição desmedida. Esteve por duas vezes em vantagem no marcador mas perdeu, ao cair do pano (2-3). E, assim, tem de vencer o Herenveen, na Holanda, para seguir em frente.
Jorge Jesus defendia um registo europeu notável, com uma mancha reduzida à qualidade tremenda de Ronaldinho Gaúcho, capaz de contrariar todas as tendências de jogo e garantir um triunfo para o AC Milan numa corajosa exibição arsenalista em San Siro. As ambições não foram beliscada, a vitória frente ao Portsmouth dava garantias e o apuramento continuava perfeitamente ao alcance.
O treinador da formação minhota estudou o adversário germânico, recorreu a um ex-jogador do Belenenses (Rodrigo Alvim) para perceber o que Félix Magath esperava para este encontro e lançou-se ao ataque. O Wolfsburgo vinha para o empate e, como tal, importava aumentar o caudal ofensivo da equipa, para carimbar o passaporte em casa.
Frechaut passou para o lado direito da defesa, com o sacrifício de João Pereira por troca com centímetros preciosos e César Peixoto surgiu no miolo, abrindo espaço para as correrias de Matheus pelo flanco esquerdo. Perdeu-se a objectividade de Luís Aguiar, mas o espírito guerreiro continuava por lá e o primeiro golo veio em forma de montanha russa.
Ao quinto minuto de jogo, tudo começou em Rentería. Depois, nem dá muito bem para explicar por palavras, ou até mesmo perceber, após várias repetições televisivas. Foi qualquer coisa como isto: o colombiano remata, a bola bate em Barzagli, depois em Ricardo Costa, Meyong remata, a bola bate em Barzagli, depois em Ricardo Costa, e entra na baliza. Confuso? Não importa. Estava lá dentro.
O Wolfsburgo, que partiu em igualdade pontual para esta jornada, devido a uma vitória frente ao Hereenveen, acusou o toque mas foi-se restabelecendo aos poucos. Com algum nervosismo e trapalhice à mistura, a equipa alemã acabou por ser bafejada pela sorte, para compensar o azar anterior. Ao minuto 24, Dejagah teve fé e disparou de ângulo impossível. Eduardo estava mal colocado, defendeu para o poste, a bola foi para o centro da baliza e Dzeko encostou para o empate.
O público acorreu em bom número ao Estádio AXA, numa noite gélida. Motivada pelo apoio constante, a equipa de Jorge Jesus continuou a carburar, sem algumas variações de ritmo, e voltou a colocar-se em vantagem no início da etapa complementar. Desta vez, sem ressaltos. Alan serviu Matheus e este lançou Meyong, no limite do fora-de-jogo, para o segundo golo. E o apuramento ali tão perto.
Na recta final do encontro, em esforço, veio nova igualdade. Dzeko deu uma corrida, Rodriguez lançou-se em carrinho, o adversário tocou primeiro na bola e conquistou a grande penalidade. Balde de água fria! Misimovic, o melhor jogador da equipa alemã, garantia o empate. E, com isso, o Sp. Braga partiu-se por completo. Então, com a tremenda cobiça dos três pontos, lançou-se em frente sem deixar a casa arrumada e tombou nos descontos, aos pés do mesmo Misimovic.

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