quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ADEUS CHAMPIONS

Exibição inglória dos campeões nacionais
HAPOEL TELAVIVE 3-0 BENFICA
Imemorial, impensável, nunca antes visto. Não, não há ponta de exagero neste início de crónica. Jamais alguma equipa na Liga dos Campeões dominou tanto, teve tantos remates (24 contra 10), tamanha avalanche de cantos (21 contra 2) e... perdeu por 3-0. Aconteceu ao Benfica na visita à Terra Santa de Israel. Podíamos mesmo afirmar, com alguma segurança, que esta foi a segunda crucificação de Jesus neste território. Mas é mais sensato olhar para isto apenas como uma hipérbole.

Não há memória de coisa assim, insistimos. O Benfica foi derrotado por uma das equipas mais débeis que alguma vez teve o privilégio de participar na mais elitista competição europeia de clubes. E agora? Que explicações encontrar para tamanha decepção? É difícil descrever com rigor o que se passou no Estádio Bloomfield, de facto.

Bem distante vai aquele dia em que Jorge Jesus disse ser perfeitamente possível vencer em Lyon. Se nem em Telavive isso consegue... não há muito mais a fazer do que preparar com brio a despedida a esta bela prova. O Benfica não marcou em nenhum dos três jogos fora da Luz.

Depois de terem pedido desculpa aos adeptos no Estádio do Dragão, os jogadores e demais responsáveis bem podem repetir a dose. Esta derrota é INACEITÁVEL e o Benfica nem o terceiro lugar tem assegurado.

Três momentos ridículos para a Europa ver

Não adianta falar em justiça ou injustiça. Vamos aos factos. O Benfica mostrou muita mais qualidade, teve oportunidades de golo mais do que suficientes para marcar e sofreu dois golos em desconcentrações inaceitáveis na sequência de lances de bola parada. Sim, esta é a mesma equipa que no ano transacto se mostrava demolidora nesse capítulo de jogo. Agora, treme por todos os lados a defender e mostra-se patética no ataque.

Luisão teve o golo na cabeça e viu um defesa salvar em cima da linha; Kardec só podia finalizar bem um centro perfeito de Maxi Pereira e atirou ao lado; Carlos Martins obrigou Enyeama à defesa da noite, etc., etc. Se não fosse tão sério, até se podia dizer que os jogadores do Benfica conseguiram várias vezes fazer o impossível: não marcar um golo que fosse a este Hapoel, tão tenrinho, tão tenrinho, que chegou a meter dó.

E depois, dó meteu também o Benfica nos golos sofridos. Primeiro num livre, à passagem do minuto 24, com Zahavi a saltar à sua vontade nas costas de Luisão e David Luiz, dois gigantes de altura e desconcentração; depois, aos 75 minutos, no primeiro canto que usufruiu (o Benfica já ia com mais de 20 aqui), o Hapoel fez o segundo e, para finalizar, um contra-ataque perfeito desferiu o golpe de ridicularia no orgulho encarnado.

Saviola sai ao intervalo. Porquê?

Falar em opções tácticas não faz grande sentido, pois o Benfica teria sempre a obrigação de ganhar este jogo. No entanto, a saída de Javier Saviola ao intervalo merece um sublinhado especial. Se não houve qualquer problema físico, torna-se incompreensível a substituição do argentino que, recorde-se, já ficara no banco no Dragão.

Óscar Cardozo entrou para esse lugar, precisamente, mas mostrou o que seria de esperar após dois meses de ausência: falta de ritmo, falta de agressividade, falta de audácia, falta de confiança. Apenas mais um pormenor no horror do Benfica nesta que seria, segundo Jesus, a sua finalíssima.

Tudo demasiado mau, tudo em tons de pesadelo.

Afinal, o que sobra do campeão nacional 2009/10?
Fonte: Maisfutebol

terça-feira, 23 de novembro de 2010

SALVÉ MATHEUS!

CHAMPIONS LEAGUE: Sp Braga 2-0 Arsenal
Matheus é o nome que vai percorrer a Europa do futebol depois dos dois golos que marcou ao Arsenal. O avançado brasileiro já tinha estado em destaque em outras conquistas europeias do Sporting de Braga esta temporada, mas a vitória diante dos londrinos é histórica e jamais será esquecida. Matheus, esse, se dúvidas ainda existissem, também já não tem hipótese de sair da história do clube.

Apagar a má imagem deixada em Londres na estreia na Liga dos Campeões era o objectivo dos comandados de Domingos Paciência. Em Setembro, quando o Sporting de Braga iniciou a campanha na prova de clubes mais reputada do mundo na capital inglesa, regressou a Portugal com uma goleada de 6-0 na bagagem.

Foi uma derrota dolorosa, um autêntico pesadelo depois do sonho que tinha sido fazer parte das equipas que disputam a elite europeia pela primeira vez no historial. Tão mau como ser goleado na estreia, o Estádio AXA estreou-se como palco da liga milionária com uma derrota e com mais uma goleada sofrida pelos vice-campeões portugueses: 3-0 diante do Shakhtar Donetsk.

Notava-se inexperiência no Sporting de Braga e não se adivinhava fácil o percurso na Liga dos Campeões, que arriscava a jamais querer ser lembrado pelos adeptos bracarenses. No entanto, de repente, tudo mudou.

Com a pressão de ter que garantir um lugar, pelo menos, na Liga Europa, a turma da cidade dos arcebispos recebeu o Partizan na terceira jornada. Venceu. De seguida, uma complicada deslocação à Sérvia para mais um duelo com o Partizan. Nova vitória do conjunto treinado por Domingos Paciência e a garantia de que o objectivo Liga Europa estava assegurado.

Faltava ao Sporting de Braga, por uma questão de honra, vingar a derrota sofrida com o Arsenal e que foi bastante comentada pela Europa do futebol quando aconteceu. Por isso, vencer o conjunto treinado por Arsène Wenger e dar ao Estádio AXA uma despedida digna dos grandes palcos do futebol europeu era o objectivo para o jogo desta noite.

E que noite do Sporting de Braga! Quando já se esperava um empate sem golos, num jogo disputado a um ritmo morno, eis que surgiu o herói das eliminatórias com o Celtic, Sevilha e que já havia marcado no AXA frente ao Partizan: Matheus.

Aos 83 minutos, a loucura apoderou-se dos jogadores e dos adeptos presentes no estádio. O avançado brasileiro, de quem já se falava que podia estar de saída já em Janeiro, ficou isolado, após um passe de Elton, e bateu Fabianski pela primeira vez.

Ganhar ao Arsenal era o que a equipa tinha desejado e o resultado servia para fazer esquecer a pesada derrota sofrida em Londres. Mas, já dentro do tempo de compensação, Matheus tinha mais uma prenda guardada. Numa excelente jogada individual, o 99 fintou um adversário e fez o 2-0, num lance bonito e em que a bola bateu na barra antes de entrar.

Parecia impensável pelo início comprometedor no grupo H. Mas é real. O Sporting de Braga, matematicamente ainda pode garantir a ida aos oitavos de final da Liga dos Campeões, mas as probabilidades são bastante reduzidas. Mesmo assim, conseguiu recuperar o prestígio que tinha atingido depois de eliminar o Celtic e o Sevilha e conta com três vitórias consecutivas na Liga dos Campeões. A despedida final, à partida, far-se-á na Ucrânia, com quem os bracarenses também têm contas a ajustar.
Fonte: ZeroZero

domingo, 21 de novembro de 2010

À TANGENTE

TAÇA DE PORTUGAL: Sporting 1-0 Paços de Ferreira

O Sporting venceu esta noite, por 1-0, o Paços de Ferreira e garantiu o apuramento para a quinta eliminatória da Taça de Portugal. Numa exibição cinzenta dos leões, o golo solitário de Yannick fez a diferença.

Com apenas 8742 espectadores em Alvalade, o Sporting efectuou uma das exibições mais fracas desta temporada. Longe das boas actuações que vinha assinando nos últimos encontros (pelo menos nas primeiras partes), a equipa leonina voltou aos erros de um passado que parecia definitivamente esquecido.

O regresso de Liedson foi uma boa notícia que não se confirmou no relvado, uma vez que a presença do ‘Levezinho’ afastou Valdés do ataque, com quem estava a ter um óptimo entendimento com Postiga.

E foi o herói da goleada de Portugal à selecção espanhola que podia ter dado outra história a este jogo, caso tivesse concretizado uma boa ocasião logo aos 6’, cabeceando ao lado da baliza de Cássio.

Frente a um Paços de Ferreira mais preocupado em atrasar o golo leonino do que em criar perigo para a baliza de Rui Patrício, o Sporting foi incapaz de imprimir um ritmo vivo e dinâmico, deixando-se contagiar por uma estranha passividade.

Apesar do maior domínio do jogo, faltava perigo ao Sporting. Seria Yannick a quebrar esta monotonia, com o golo já nos descontos da primeira parte, aproveitando uma falha defensiva do Paços que abriu demasiado espaço para o avançado leonino rematar para o 1-0 que resistiu até ao apito final.

O regresso após o intervalo fez relembrar o pior de desafios recentes, com o Sporting a recuar no terreno, defendendo uma vantagem magra frente a uma equipa que ganhou confiança e procurou pressionar, embora sem arte ou engenho para assustar Rui Patrício.

Lento, pouco agressivo e com a memória do que aconteceu com o V. Guimarães ainda presente, o Sporting assinou uma exibição fraca no segundo tempo, quase sem incomodar Cássio. Apenas dois contra-ataques já perto do apito final conseguiram ‘salvar a face’ do Leão. Por outro lado, Maykon quase fez o empate nos descontos, mas o remate ao lado foi o canto do cisne para o Paços de Ferreira, que, em abono da verdade, pouco fez para mudar a sua sorte.

O Sporting segue assim com justiça para a quinta eliminatória da Taça de Portugal, num dos jogos mais cinzentos dos leões nesta temporada.

Fonte: Sapo Desporto

FALCAO DESBLOQUEOU PASSAGEM

TAÇA DE PORTUGAL: Moreirense 0-1 FC Porto
Litros de suor depois, o F.C. Porto selou o apuramento para a próxima eliminatória da Taça de Portugal, com uma vitória muito difícil no terreno do Moreirense, por 0-1. Do traje de gala exibido na recepção ao campeão nacional, o líder do campeonato apenas manteve a cor. Tudo o resto foi alterado, com André Villas-Boas, que já tinha avisado para a dificuldade deste encontro, a obrigar a equipa a vestir o fato-macaco. De onze artistas, passou-se para onze operários. Só assim os dragões conseguiriam levar de vencida a aguerrida equipa de Moreira de Cónegos.

Os primeiros minutos do encontro funcionaram como o paradigma perfeito para o que se iria ver durante o resto do tempo: muita transpiração, pouca inspiração. O F.C. Porto encontrou notórias dificuldades para desmontar a teia montada por Jorge Casquilha, sobretudo porque os seus elementos mais desequilibradores estavam em noite não.

Hulk, hoje capitão, desdobrou-se em correrias em ambos os flancos, mas aparecia sempre uma perna, quase sempre de André Micael, a desviar a bola na altura exacta. Belluschi e Moutinho foram mais trabalhadores que artistas e, neste cenário, os dragões acabaram por só conseguir rematar pela primeira vez para lá da meia hora.

Em abono da verdade, o Moreirense, muito bem organizado, também não criava grande perigo. Ou melhor, não criava perigo, pura e simplesmente. Até porque Beto foi um autêntico espectador durante todo o jogo. Dois erros de Rafa no passe, um deles a obrigar Maicon a ver amarelo, animaram as hostes da casa, mas não se materializaram em lances de golo.

Esse chegou em cima do intervalo. Um bom movimento ofensivo do Moreirense, concluído com um forte remate de Castro que Beto defendeu para a frente. Antchouet empurrou para o golo, mas a festa da casa foi travada pelo assistente que viu, aparentemente mal, um fora-de-jogo. O árbitro Paulo Baptista, de resto, não sai bem na fotografia, já que, antes, Hulk também pareceu derrubado na área contrária.

Belluschi descobre o caminho e partilha-o com Falcao

Antes do golo, o melhor que o F.C. Porto conseguiu teve a assinatura de Belluschi. O médio argentino, ainda na primeira parte, desenhou uma grande jogada individual, que passou, depois, pelos pés de Walter, antes de ser concluída pelo «Samurai». O remate saiu a rasar o poste.

Na segunda parte, Belluschi voltou a sobressair, fazendo nascer o lance do golo. Pontapé fulminante que Tigrão só desviou para a trave. No sítio certo, Falcao, que tinha entrado pouco antes, empurrou para o golo.

Estava desbloqueado o ferrolho. E o mérito também tem de ser dado a André Villas-Boas, que, para além da aposta lógica no goleador colombiano, teve o mérito de alterar o esquema portista, reforçando o miolo com Ruben Micael e abdicando de Walter. As marcações, até então muito eficientes, do Moreirense ficaram baralhadas. E o F.C. Porto começou aí a ganhar o jogo.

Não precisou fazer muito mais. A estratégia do Moreirense, certamente, não previa um golo sofrido e, com isso, as armas da formação da casa ficaram mais tímidas. Faltou ao F.C. Porto matar o jogo com o 0-2, o que seria, registe-se, uma injustiça para aquilo que jogou este Moreirense. Imperou a lei do mais forte, como quase sempre. Mas o Moreirense leva a consolação de ter feito sofrer, como poucos, o, ainda invicto, dragão.

Fonte: Maisfutebol