Portugal 3-1 Dinamarca
Paulo Bento tem um mérito evidente: descomplica. O novo seleccionador nacional, percebe-se, não tem ambições de ser genial, quer apenas ser competente. Na estreia pela selecção nacional tornou o futebol simples, Portugal não foi genial, é verdade, mas foi competente. Ganhou, ganhou bem, ganhou com segurança.
Ora ganhar com segurança, nesta altura, é também uma virtude. Que remete para o início da crónica: a capacidade que Paulo Bento tem de descomplicar. O seleccionador não precisa de laterais altos ou de trincos bons no jogo aéreo: prefere jogadores que saibam jogar à bola. As vantagens são indesmentíveis.
A colocação de Raul Meireles a trinco, por exemplo, trouxe benefícios óbvios na circulação de bola, na capacidade de inventar linhas de passe, na qualidade de jogo nacional. No passado recente era impossível imaginar Raul Meireles a trinco ou João Pereira a lateral-direito frente a uma selecção nórdica.
Porque os adversários são altos, porque fazem muitos cruzamentos, porque têm um futebol físico. Tudo razões aceitáveis claro, mas que partem de um mau princípio: complicam o que é fácil. Complicam o futebol. Paulo Bento descomplicou, os jogadores sentiram-se confortáveis e impuseram a natural superioridade.
Cinco minutos de sofrimento... desnecessário
Os primeiros minutos foram aliás sintomáticos: Portugal entrou no jogo cheio de pressa de acertar contas com o passado recente. Muito forte na pressão e agressivo na procura da bola. Parecia uma selecção furiosa. Pode ter muito de efeito psicológico pela troca no banco, claro que sim, mas também tem muito de carinho.
No fundo também era isso que lhe faltava: carinho. Sentir-se valorizada, jogar mais em função dela e menos em função do adversário. Os primeiros minutos serviram por isso para apresentar um projecto mais nobre de Portugal. Um projecto que os dois golos de Nani no espaço de um minuto tranquilizaram e valorizaram.
Quando passou a vencer por dois golos à meia-hora de jogo a fúria deu lugar à arte. Nessa altura evidenciou-se o futebol de João Moutinho, a inteligência de Raul Meireles, o remate de Ronaldo, a velocidade de João Pereira e o atrevimento de Fábio Coentrão. Portugal apresentou um bom futebol e várias ocasiões de golo.
Empolgou o público e empolgou-se. Só lhe faltou marcar. Perante um adversário que só rematou uma vez à baliza, a Selecção teve oportunidades para construir um resultado mais justo. Não o fez, é verdade, voltou a pecar na finalização (há vícios que demoram tempo a curar) e acabou por sofrer durante cinco minutos: cinco.
Sofreu quando a Dinamarca reduziu a dez minutos do fim, num autogolo de Ricardo de Carvalho, e relançou o jogo. Numa altura em que tinha apenas realizado dois remates perigosos. Portugal não se amedrontou desta vez e voltou a marcar por Ronaldo. Muito justamente, de resto. O Dragão não merecia sofrer.
No resto, tudo bem. Esta selecção já começa a vender-nos ilusões.
Fonte: Maisfutebol
Ora ganhar com segurança, nesta altura, é também uma virtude. Que remete para o início da crónica: a capacidade que Paulo Bento tem de descomplicar. O seleccionador não precisa de laterais altos ou de trincos bons no jogo aéreo: prefere jogadores que saibam jogar à bola. As vantagens são indesmentíveis.
A colocação de Raul Meireles a trinco, por exemplo, trouxe benefícios óbvios na circulação de bola, na capacidade de inventar linhas de passe, na qualidade de jogo nacional. No passado recente era impossível imaginar Raul Meireles a trinco ou João Pereira a lateral-direito frente a uma selecção nórdica.
Porque os adversários são altos, porque fazem muitos cruzamentos, porque têm um futebol físico. Tudo razões aceitáveis claro, mas que partem de um mau princípio: complicam o que é fácil. Complicam o futebol. Paulo Bento descomplicou, os jogadores sentiram-se confortáveis e impuseram a natural superioridade.
Cinco minutos de sofrimento... desnecessário
Os primeiros minutos foram aliás sintomáticos: Portugal entrou no jogo cheio de pressa de acertar contas com o passado recente. Muito forte na pressão e agressivo na procura da bola. Parecia uma selecção furiosa. Pode ter muito de efeito psicológico pela troca no banco, claro que sim, mas também tem muito de carinho.
No fundo também era isso que lhe faltava: carinho. Sentir-se valorizada, jogar mais em função dela e menos em função do adversário. Os primeiros minutos serviram por isso para apresentar um projecto mais nobre de Portugal. Um projecto que os dois golos de Nani no espaço de um minuto tranquilizaram e valorizaram.
Quando passou a vencer por dois golos à meia-hora de jogo a fúria deu lugar à arte. Nessa altura evidenciou-se o futebol de João Moutinho, a inteligência de Raul Meireles, o remate de Ronaldo, a velocidade de João Pereira e o atrevimento de Fábio Coentrão. Portugal apresentou um bom futebol e várias ocasiões de golo.
Empolgou o público e empolgou-se. Só lhe faltou marcar. Perante um adversário que só rematou uma vez à baliza, a Selecção teve oportunidades para construir um resultado mais justo. Não o fez, é verdade, voltou a pecar na finalização (há vícios que demoram tempo a curar) e acabou por sofrer durante cinco minutos: cinco.
Sofreu quando a Dinamarca reduziu a dez minutos do fim, num autogolo de Ricardo de Carvalho, e relançou o jogo. Numa altura em que tinha apenas realizado dois remates perigosos. Portugal não se amedrontou desta vez e voltou a marcar por Ronaldo. Muito justamente, de resto. O Dragão não merecia sofrer.
No resto, tudo bem. Esta selecção já começa a vender-nos ilusões.
Fonte: Maisfutebol