quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A VITÓRIA DA POBREZA

Péssimo espectáculo em Alvalade
Sporting 1-0 Hertha Berlim
Começamos por nos mostrar solidários com quem pagou bilhete para assistir ao jogo desta noite e que, certamente, se sentiu defraudado com o péssimo espectáculo. Simplesmente, não houve futebol em Alvalade, apenas duas equipas aos pontapés à bola sem qualquer sentido. Valeu ao Sporting uma carambola de Adrien Silva para se destacar no topo da classificação do Grupo D da Liga Europa, já com meio bilhete garantido para os «oitavos».
Paulo Bento iniciou o jogo com algumas das opções que costuma fazer no decorrer dos jogos, com Miguel Veloso no lado esquerdo da defesa, Tonel no lugar de Polga, Adrien no miolo e Caicedo ao lado de Liedson. Demasiadas alterações para o leão digerir de uma assentada. O Sporting nunca conseguiu assentar o seu jogo, com Vukcevic, Moutinho e Matias Fernandez muito longe de entrarem no ritmo que se exigia.
Do lado do Hertha não se viu melhor. Já se sabia que a equipa alemã vinha convalescente, com seis derrotas nas primeiras sete jornadas da Bundesliga, além de um embaraçoso empate em casa com o modesto Ventspils, e esta noite só se confirmou que a equipa de Berlim está longe de encontrar a cura para os males que a apoquentam.
Tudo somado, resultou num péssimo jogo, com duas equipas aos pontapés na bola, sem qualquer sentido. Nenhum dos lados conseguiu fazer mais de três passes sem perder a bola, nem desenhar algo parecido com uma oportunidade de golo. Mas este acabou por surgir, aos trambolhões, em mais uma jogada sem sentido. Abel, com espaço, evoluiu pela direita e encontrou Adrien solto no meio. O jovem médio atirou forte, com o pé esquerdo, mas sem grande convicção. No entanto, a bola sofreu um desvio caprichoso no corpo de Dárdai, ganhou altura, sobrevoou Burchert e encaixou nas redes.
Estavam decorridos 18 minutos e as bancadas animaram-se, certamente na esperança que, agora, o jogo ganhasse qualidade. Debalde. Continuou tudo na mesma. Vukcevic mal tocou na bola e pouco fez para chegar até ela, Moutinho e Matias perdiam todas as que recebiam. Tinha de ser Liedson a vir cá atrás buscar jogo. O único factor que jogava a favor da equipa de Alvalade é que do outro lado estava uma equipa ainda mais limitada. Um conjunto de jogadores que raramente se entenderam, apesar dos intensos esforços de Rafael, o número dez e capitão dos alemães.
Paulo Bento estava a ver o mesmo jogo e não podia ignorar o que se estava a passar. Ao intervalo, o treinador abdicou de Matias, procurando dar alguma dinâmica à direita, com Bruno Pereirinha. Karsten Heine também mexeu, mas o jogo pouco ou nada mudou. Os maus passes dos jogadores do Sporting eram compensados de imediato, com cortesia, da com más opções dos alemães. Tal como o jogo, o relvado, problema crónico em Alvalade, também foi perdendo qualidade, mas nem isso justifica o péssimo espectáculo.
Paulo Bento voltou a tentar abanar a equipa, trocando o trapalhão Caicedo por Djaló. Tudo na mesma, ou pior, porque o Hertha, de vez em quando, quebrava o protocolo e até ameaçava as redes de Patrício, como é bom exemplo um «raid» do incontornável Rafael, o melhor jogador em campo. O empate passou estar iminente e obrigou Bento a esgotar as opções, procurando equilibrar a luta a meio-campo com Miguel Veloso, lançando Grimi para a esquerda.
Valeu o resultado final, mas quase que nem isso sobrou para o pobre leão que ainda viu uma bomba de Von Bergen explodir na barra de Patrício e o herói do jogo, Adrien, ser expulso por acumulação de amarelos. O jogo, como não podia deixar de ser, acabou com uma enorme assobiadela.
Fonte: Maisfutebol

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