quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

VENCER COM SEGUNDA LINHA

Carlsberg Cup
FC Porto 2-1 V. Setúbal
Triunfo da segunda linha portista na primeira jornada da fase de grupos da Taça da Liga (2-1). A história do encontro resume-se a um erro de Bruno Vale, um golo dos miúdos do F.C. Porto e duas grandes penalidades para Leandro Lima, com aproveitamento de cinquenta por cento. Contas feitas, um jogo bem mais emocionante que o esperado, numa noite gélida.
O F.C. Porto entrou na Taça da Liga com aspirações comedidas, face à panóplia de competições em que os dragões estão envolvidos. Jesualdo Ferreira assumiu o risco e poupou uma dezena de titulares para o primeiro encontro da fase de grupos. Na convocatória, destacavam-se juniores e até um juvenil. Parecia, antes de mais, um menosprezo pela prova. Contudo, torna-se difícil imaginar o mesmo grupo de jogador a atacar nas várias frentes.
A segunda linha do F.C. Porto apresentou-se no Estádio do Dragão para justificar a oportunidade e convencer os adeptos. Numa noite fria, muito fria, os milhares de adeptos que gritaram presente mereciam uma resposta digna. No Vitória de Setúbal, Dauto Faquirá apresentava um onze próximo do habitual. A titularidade de Bruno Vale, em detrimento de Pedro Alves, não causava estranheza.
Bruno Vale, guarda-redes celebrizado pela chamada à selecção nacional no legado de Luiz Felipe Scolari, reclamou evidência ao longo da etapa inicial, sustendo as primeiras investidas portistas. Contudo, após meia hora de jogo, a monotonia foi quebrada com exclusiva responsabilidade do guardião, largando uma bola aparentemente perdida após cruzamento largo da esquerda. Farías, com aquela tendência crónica dos avançados para surgirem no sítio certo à hora certa, estava nas costas de Vale para inaugurar a contagem.
Os adeptos locais sorriam perante a coincidência. O erro de um jogador dos quadros azuis e brancos. Enfim, a causalidade de um mercado cada vez mais dominado pelos grandes. A grande penalidade convertida por Leandro Lima (outro dragão), após falta escusada por Sapunaru, afastava eventuais suspeitas de conluio.
O Vitória de Setúbal soube responder à desvantagem, sobretudo na etapa complementar, montando um cerco asfixiante à baliza de Ventura. O jovem guarda-redes, apresentando-se como sub-capitão de uma equipa transfigurada, foi respondendo à altura, até ao lance do castigo máximo. Num ápice, o Dragão gelou.
Com o empate no marcador, Jesualdo Ferreira olhou para o banco de suplentes e confiou nos miúdos. Rabiola, o primeiro a saltar para o rectângulo de jogo, vinha de um longo calvário de lesões, mas correu sem reservas para a alegria do golo. Boa insistência de Diogo Viana, moeda de troca na transferência de Postiga para o Sporting, cruzando para a cabeça de um avançado recrutado ao V. Guimarães na época passada. E então, quando tudo parecia resolvido, surge nova grande penalidade para os visitantes. Soares Dias viu uma pretensa mão de Guarín mas, desta vez, Leandro Lima atirou por cima. E lá se foram as aspirações sadinas.

Maisfutebol

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