sexta-feira, 14 de novembro de 2008

NÃO POSSO IR AO MERCADO DE INVERNO


Palavras de Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem

Vítor Pereira, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, comentou nesta quinta-feira a nota atribuída a Bruno Paixão pelo seu desempenho no Sporting-F.C. Porto. «A nota de Bruno Paixão foi positiva à justa», explicou o antigo árbitro à Agência Lusa, lembrando depois que «os árbitros não podem combater com as câmaras.»
«Os árbitros não podem combater com as câmaras, com 15 ou 20 câmaras que transmitem os jogos e mostram todos os ângulos possíveis e imaginários», refere Vítor Pereira, frisando, por outro lado, que não é possível impedir os observadores de recorrerem a esses meios tecnológicos antes de elaborarem o respectivo relatório.
O observador Albano Fialho deu nota 3 a Bruno Paixão, de 0 a 5, classificando o trabalho do árbitro como «Bom». Fialho enviou o relatório a partir do Estádio de Alvalade, pouco tempo depois do apito final. Resta saber se recorreu às imagens televisivas. «Não é possível impedir que os observadores vejam as imagens, quando há estádios que têm ecrãs gigantes e monitores em diversos pontos para transmitir o jogo. O que se pede é que os observadores escrevam tudo o que viram», frisa o presidente da Comissão de Arbitragem da Liga.
Vítor Pereira confirmou que o afastamento de Bruno Paixão da jornada deste fim-de-semana não passou de uma medida preventiva. «Não é castigo. Temos de criar as condições desejáveis e defender os interesses de todos os intervenientes. Não seria sensato colocar o árbitro em questão numa posição que pudesse fragilizá-lo», salienta.
Antes, em declarações à Agência Lusa, o antigo árbitro explicara a nota atribuída a Paixão, recusando comentar as reacções ao trabalho do juiz de Setúbal. «Não vamos comentar os comentários. A classificação não é Bom. Comparada com o contexto escolar, de um a 20 valores, é de 9,5 ou 10, portanto é uma positiva à justa».

Ainda relativamente à polémica despoletada com a actuação de Bruno Paixão que pôs a nu as fragilidades da arbitragem portuguesa, Vitor Pereira falou da impossibilidade de «ir ao mercado de Inverno recrutar árbitros» para melhorar a performance da arbitragem - à semelhança do que acontece com os clubes -, dando a entender implicitamente que os árbitros que tem ao seu dispor têm fraca qualidade.

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