terça-feira, 28 de setembro de 2010

BRAGA AFUNDA-SE NA CHAMPIONS

Sp. Braga 0-3 Shakhtar Donetsk
Ventos de Leste em Braga, com a segunda derrota do Sp. Braga na Liga dos Campeões, desta vez frente ao Shakhtar. Despertar violento de um sonho que conduziu os arsenalistas à prova milionária. Mais três baldes de água fria, após os seis em Londres, na noite em que o Estádio AXA se apresentou à elite do futebol europeu (0-3).

A experiência é requisito incontornável para cargos de responsabilidade, no mundo de trabalho. Obstáculo enorme e intransponível para quem não a tem, nem a terá antes de a ter. Exigência confusa e ingrata, mas real.

Grande parte do núcleo arsenalista sofre com este fantasma invisível. O peso da experiência verga candidatos, limita opções e condiciona a afirmação. Não há forma de contornar os diversos estágios do processo de crescimento. O Sp. Braga ficará mais forte e mais apto com a presença regular na elite do futebol.

A Liga dos Campeões, no seu todo, chegou finalmente ao Estádio AXA. Justo prémio para um projecto sustentável e agradável para o panorama nacional. Pelo caminho, os escalpes de Celtic e Sevilha como troféus de um caçador furtivo com ambição desmedida.

A experiência e os milhões

A goleada no Emirates Stadium (6-0), frente ao Arsenal original, arrefeceu os ânimos. O Shakhtar Donetsk apresentou-se no AXA com o requisito desejado por Domingos Paciência: experiência. Some-se um orçamento com vários zeros à direita e temos um adversário perigoso, mais forte que o próprio nome. O triunfo frente ao Partizan (1-0) lançou os ucranianos na corrida ao segundo lugar do Grupo H.

Um candidato bravo renega a falta de experiência. Apresenta os melhores argumentos possíveis e procura convencer pelo entusiasmo, desvalorizando a idade ou vivência acumulada. O Sp. Braga procurou fazer isso mesmo, desde o apito inicial.

Domingos Paciência trocou apenas Hugo Viana por Leandro Salino, em relação ao desaire em Londres. O médio ex-Nacional foi o ponto de desequilíbrio, queimando linhas para juntar-se a Matheus e pressionar a defensiva contrária. Aguentou 55 minutos em campo, sendo até então o melhor arsenalista no rectângulo de jogo.

Leandro Salino saiu e o Shakhtar Donetsk marcou (57m). Para trás, ficara uma primeira parte marcada por algumas oportunidades falhadas pelos locais e dois lances polémicos. Isso e um critério largo do árbitro, que irritou profundamente adeptos e jogadores do Sp. Braga.

Foi-se o Salino, veio o Vento

Começando pelos casos, parece evidente que Rakitskiy arriscou o cartão vermelho ao derrubar Paulo César no limite da área (32m). A equipa de arbitragem, alargada a cinco elementos, nada marcou. Logo depois, Rodriguez também arriscou demasiado no carrinho e terá tocado em Luiz Adriano antes de desviar a bola, na área. O peruano saiu lesionado do lance.

Antes e depois, mais bola para o Shakhtar e oportunidades de golo para o Sp. Braga. Moisés cabeceou a frio, ficando perto do golo, mas seria Salino a reclamar protagonismo. Pyatov manteve o nulo após belo trabalho do médio e viu este falhar o desvio por milímetros, em cima do intervalo.

O reatamento da partida, como se disse, ficou marcado por dois momentos decisivos. Leandro Salino saiu por aparente decisão técnica, quando Domingos lançou Lima para chegar à vitória, e o Shakhtar Donetsk marcou. Tudo simples, com passe do talentoso Douglas Costa e finalização de Luiz Adriano. Felipe foi mal batido (57m).

Mircea Lucescu, largo currículo, sorriu com a matreirice da sua equipa e sofreu perante a resposta imediata e violenta do Sp. Braga. Matheus, Paulo César e Lima lançaram Pyatov para o estrelato, com o guarda-redes ucraniano a manter as suas redes invioladas de forma soberba. O Shakhtar resistiu ao sufoco e selou o triunfo de forma fria. Luiz Adriano venceu mais um duelo a Moisés e Douglas Costa fechou as contas, na conversão de um castigo máximo.
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Fonte: Maisfutebol

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